Polícia federal

A lei é para todos

Carlos Graieb e Ana Maria Santos

Polícia Federal — A lei é para todos nasceu de muitas horas de pesquisa com os agentes da Polícia Federal no Paraná. Mas, da mesma forma que o filme não é um documentário, o livro não é uma reportagem.

O propósito era contar a história da Lava Jato — a maior opera- ção de combate à corrupção jamais feita no país — pela ótica dos policiais que nela atuaram. O desafio: manter-se fiel aos fatos, usando recursos da ficção.

Em inglês, os procedurals formam um dos subgêneros da ficção policial. Eles acompanham times de investigadores e destacam suas técnicas de trabalho, seu jargão, os dramas e as intrigas do cotidiano de uma delegacia. Um exemplo clássico são os mais de cinquenta romances da série Os mistérios da 87ª Esquadra, do americano Ed McBain. Na televisão, CSI, em suas várias encarnações, mostra como a ciência colabora na solução de crimes e também é um caso típico de procedural.

A Lava Jato oferece um material riquíssimo para esse tipo de abordagem. Desde março de 2014, quando teve início, o grupo de trabalho em Curitiba já abrigou dezenas de delegados, analistas, escrivães, peritos e outros especialistas. Dos desafios logísticos que antecedem a deflagração de uma fase aos desafios técnicos ligados à decifração das provas, todas as engrenagens de uma grande operação da Polícia Federal podem ser vistas em funcionamento nessa investigação histórica. Mais ainda: a Lava Jato abriu caminhos novos. Esse é um dos seus legados. Enquanto peritos desenvolviam programas para lidar com os milhões de arquivos digitais obtidos em celulares e computadores apreendidos, os delegados testavam os limites de leis recém-editadas sobre os crimes de colarinho branco e debatiam os méritos de dispositivos como a delação premiada. O livro tenta captar todas essas diferentes dimensões do trabalho policial.

Embora muitos tenham contribuído de maneira indispensável para a Lava Jato na Polícia Federal, coube aos delegados Igor de Paula, Márcio Anselmo e Érika Marena encontrar o fio da meada da Lava Jato em meio a uma enorme pilha de inquéritos inconclusos. Os três haviam se conhecido uma década antes, durante a Operação Banestado, outra investida da PF contra a corrupção, e voltaram a se reunir quando Igor aceitou o convite do superintendente regional do Paraná, o delegado Rosalvo Franco, para assumir a Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado em Curitiba. Sem eles, a operação não teria nascido. Embora não tenha participado da investigação desde o começo, o delegado Maurício Moscardi ajudou a deflagrar a primeira fase da Lava Jato e mais tarde se juntou definitivamente ao time.

Nos dois primeiros anos da Lava Jato, seu núcleo duro se expandiu e se encolheu algumas vezes — com a saída do delegado Luciano Flores e a chegada de Filipe Pace, por exemplo — e sempre contou também com agentes da Sala de Inteligência, onde são fabricados os “tijolos” que mais tarde vão compor o edifício do inquérito policial. Os capítulos do livro sempre acompanham um desses personagens em momentos diferentes da operação. O leitor sabe apenas o que eles sabem e compartilha da sua maneira particular de enxergar os fatos. Tomou-se a liberdade de registrar seus pensamentos, como se faria num romance. Mas eles sempre correspondem àquilo que os autores puderam colher em documentos e, principalmente, entrevistas. Desde 2014, autoridades como o juiz federal Sérgio Moro, o procurador-geral da República Rodrigo Janot e o procurador Deltan Dallagnol tornaram-se rostos conhecidos nacionalmente. Isso não pode ser dito de nenhum dos delegados de Curitiba, e essa notoriedade nem mesmo condiz com a função que eles desempenham. Ressaltar o papel institucional da Polícia Federal, no entanto, é sim uma necessidade. Juntamente com o Ministério Público e o Judiciá- rio, ela formou o tripé que deu vida à Lava Jato. Conhecer de perto os princípios que norteiam o dia a dia e o trabalho de investigação dos delegados e agentes da Polícia Federal foi uma experiência extraordinária que compartilhamos nas próximas páginas.

Ana Maria Santos e Carlos Graieb
Junho de 2017

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Fonte: Divulgação/editora

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Idioma: Português

ISBN mais comum: 9788501110527

Principal editora: Record

Preço médio: R$ 37,90

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Capa de Polícia federal - Carlos Graieb; Ana Maria Santos

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